A psicopedagogia hospitalar é um ramo da educação que proporciona à criança e ao adolescente hospitalizado uma recuperação mais aliviada por meio de atividades lúdicas, pedagógicas e recreativas. Desde o mês de junho, os pacientes pediátricos do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade gerenciada pela Fundação PB Saúde, têm recebido um acompanhamento psicopedagógico que torna o ambiente hospitalar mais prazeroso, apesar do afastamento dos pacientes da família e da escola.
Ellen Mídia, de 29 anos, é mãe da paciente Maria Raisa, de 5 anos, que está internada na enfermaria pediátrica, e participa das abordagens diárias. Ela avaliou o resultado do trabalho: “Eu gostei muito dessa ideia de trazer atividades com a psicopedagoga na brinquedoteca, porque a criança dentro de um quarto, sem atividade alguma, fica muito estressada, além de sentir saudade da família e dos amigos. Então tendo a psicopedagoga para ensinar minha filha as coisas que ela vem aprendendo na escola, ajuda muito, melhora nossa estadia aqui no hospital. Eu só tenho a agradecer pelo cuidado e atenção que estão tendo com minha filha aqui no Metropolitano”.
De acordo com Janielly Fernandes, psicopedagoga que realiza o planejamento das ações no Metropolitano, a psicopedagogia tem como foco principal auxiliar os processos de aprendizagens e também o desenvolvimento cognitivo, emocional e educacional, favorecendo a recuperação do indivíduo. “Quando os pacientes pediátricos são admitidos aqui no Metropolitano, primeiramente, eu procedo realizando uma anamnese com a criança. Nessa triagem vejo quais os caminhos que vou percorrer, e a partir daí vou elaborar um planejamento pedagógico e as atividades que vou fazer na brinquedoteca, ou nos próprios leitos, dependendo do quadro de cada paciente”, explicou Janielly.
A psicopedagoga acrescenta que é função do profissional viabilizar a continuidade da escolaridade de crianças e adolescentes, integralizando a atenção da saúde e da educação para potencializar o tratamento e o cuidado prestados aos pacientes. “Quando é uma criança que vai precisar ficar internada por um período longo, eu entro em contato com a escola para ver como a criança vai ficar no retorno escolar e saber se podemos fazer uma atividade em conjunto, para que o ano letivo dela não seja prejudicado. O espaço da brinquedoteca que dispomos aqui também é uma forma de aproximar essas crianças do contexto escolar, já que elas tiveram essa quebra de rotina com a hospitalização”, pontuou.
O trabalho de psicopedagogia iniciou em junho deste ano no Metropolitano, por meio do concurso público da Fundação PB Saúde, e está vinculado ao setor de Psicologia. Conforme o diretor de Atenção à Saúde, Gilberto Teodozio, as abordagens são desenvolvidas com crianças de todas as idades. “Desde os bebês, passando pela primeira infância e os adolescentes que estão na internação ou UTI pediátrica da instituição são beneficiados com um trabalho lúdico, de estimulação cognitiva e humanizado”, destacou.
“A psicopedagogia no âmbito hospitalar visa ainda promover o desenvolvimento não apenas na área cognitiva por meio de atividades psicopedagógicas, como ciências, história, matemática, escrita e leitura, mas também trabalham a criança ou o adolescente com o aspecto afetivo, gerando uma interação com o meio e com o próximo, por intermédio de jogos psicopedagógicos e brincadeiras lúdicas”, acrescentou Janielly.
As crianças internadas no Metropolitano também podem contar com o projeto Cineteca, realizado quinzenalmente com exibição de filmes infantis, além de oficinas de massa de modelar, de tinta guache, de confecção de jogos com material reciclado e musicoterapia.