A Cachaça Nobre, que já tem versões em inox e umburana de altíssimo coturno, lança agora dois blends, seguindo uma das principais tendências do setor no momento. São eles a Cachaça Nobre Blend Madeiras Neutras e a Cachaça Nobre Blend Madeiras Ativas.
A Cachaça Nobre é obra de Murilo Vilela Coelho, um engenheiro das Minas Gerais que se aclimatou às terras paraibanas e lançou sua marca há nada mais que três anos. Seu engenho se mudou na virada do ano de Sobrado (PB) para Cruz do Espírito Santo (PB). É uma construção com ares futuristas que segue as técnicas da bioconstrução.
Do engenho, além das quatro Nobres, saem a Sapequinha, a Arretada e a Blend Nordestino. Além delas, recentemente, Murilo se aventurou na produção de rum (à base de melaço de cana) e lançou a marca Corsário.
Como se vê, o moço é inquieto. Que a dispersão passe longe dele. E deve passar. O engenheiro alambica com ciência e amor.
A Cachaça Nobre Blend Madeiras Ativas é fruto da união de cachaças envelhecidas em carvalho de três diferentes origens, formando um produto elegante, de bela cor acobreada e com identidade paraibana.
Porém, aqui nesse post vamos nos concentrar mesmo é na Cachaça Nobre Madeiras Neutras, que é especialmente interessante.
Nobre Blend Madeiras Neutras
A Paraíba é território de produção de cachaças frescas e expressivas. A Nobre Blend Madeiras Neutras põe mais um tijolo na construção da boa reputação da região para esse tipo de cachaça. Aromática, densa, confortável, é uma cachaça acalentadora, dessas que mudam o humor e salvam a tarde do devoto fã de branquinhas.
Não que o devoto aqui ache que Murilo foi feliz na escolha do nome de sua cachaça. Apesar de reconhecer a dificuldade de classificação, não é muito preciso dizer que o freijó e o jequitibá, madeiras nas quais as cachaças originais que compõem esse blend são armazenadas, sejam madeiras “neutras”. Elas sempre vão interferir nos sabores e aromas das bebidas. O termo “neutro” parece reduzir esse papel. Para uma madeira da dignidade do jequitibá, isso é quase uma ofensa! ?
Mas deixemos a cachaça descer à taça, que os sentidos são o que importa.
De pronto, vemos que as lágrimas escorrem com preguiça da taça, prenunciando a boa densidade.
O aroma é refrescante, cítrico, lembrando Mentex, recendendo a aniz, algo como um zest de limão misturado a mel de engenho…
Na boca, vem o terroir paraibano. É cachaça que se abre, sem papas na língua, com mais sabor e intensidade do que seria de se esperar de uma bebida com 40% de teor alcoólico.
Na combinação freijó e jequitibá, o freijó tem prevalência, dando um tom mais sóbrio, arredondado, gostosamente adocicado para a cachaça, mas o final, alongado, traz a picância buliçosa do jequitibá.
A textura aveludada é o destaque da Blend Madeiras Neutras. A mistura de cachaças armazenadas em tonéis de freijó e jequitibá se espalha pela boca com vagar, deixando uma sensação boa de doce em compota, de mormaço na varanda, de velha infância. Doce e refrescante, é uma cachaça carinhosa, daquelas que, como dizia Aldir Blanc, “se o malandro se aconchegar, vai morrer na esteira, maré sonsa de Paquetá…”
As novas cachaças do Engenho Nobre estão ainda chegando ao mercado. Mas já é encontrada por um preço bem razoável na Companhia da Cachaça (clique aqui). Quem quiser entrar em contato com o produtor, esse é o Facebook do Engenho Nobre.
O estilo da casa é esse mesmo: fazer com calma, mas nas regras da arte, construir um caminho com solidez e apresentar, no fim do processo, produtos de muita qualidade.
Ah, quem quiser conhecer a Cachaça Nobre, em inox, visite aqui. Já a Nobre Umburana está aqui.
Por Dirley Fernandes/devotosdacachaça.com.br