Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) identificou que houve um aumento no consumo de cigarro, por parte dos jovens, associados à pandemia do novo coronavírus. A Organização liga este acréscimo ao aumento da indústria do tabagismo com campanhas direcionadas ao público adolescente. A constatação traz um alerta no Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado neste sábado (29). Para a psicóloga do Hapvida em João Pessoa, Michelle Costa, isso reforça a importância de pais e responsáveis estarem atentos aos conteúdos consumidos pelos adolescentes.
“Os pais e/ou responsáveis devem tentar monitorar o que está sendo visto por seus filhos, bem como explicar os efeitos nocivos para a saúde de quem é fumante”, sugere, lembrando ainda que a adolescência é uma fase autoafirmação e que induz muitas pessoas a algumas práticas como forma de aceitação, seja entre amigos ou na própria família, o que pode colaborar com o aumento dos casos também.
“Neste período da vida há uma busca por afirmação e aceitação no grupo ao qual quer pertencer ou já pertence. Assim sendo, há a tendência de reproduzir comportamentos que os membros do grupo têm. Então, se este grupo for de fumantes, há uma forte tendência de reproduzi-lo. Já na família, se houver identificação com a figura familiar tabagista, haverá sim uma tendência em reproduzir este comportamento”, explana.
Cigarro eletrônico – Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que atualmente o mundo tem cerca de 40 milhões de novos jovens fumantes com idades entre 13 e 15 anos de idade. A organização aponta como maior vilão para o crescente número de adolescentes fumantes é o cigarro eletrônico, que é proibido no Brasil, mas mesmo assim costuma ser encontrado à venda na internet. Segundo a OMS, o novo método de tabagismo tem apelo maior entre o público jovem e tem tido grande investimento em publicidade.
Segundo os números do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, o uso do tabaco está em segundo lugar no ranking de drogas mais consumidas entre jovens na faixa etária dos 16 anos, entre meninos e meninas.
Dependência emocional – A psicóloga alerta que para além dos prejuízos que o fumo traz do ponto de vista da fisiologia, há ainda as complicações de ordem emocional. “Para a psicologia um dos maiores males do cigarro é a dependência emocional que ele trás. Costuma-se dizer que o cigarro é relaxante, que alivia o estresse, então, fazendo o uso frequente, ele causará uma dependência psíquica do mesmo”, destacou.
Michelle Costa reforça que a melhor forma de se combater o tabagismo na adolescência é por meio do diálogo. “É preciso que haja conversas orientadoras que possam nortear o grau de quão nocivo o cigarro é para a saúde, que de fato mata, mas mata lentamente. Proibir apenas por proibir, não é a saída. Esclarecer é sempre o melhor meio de prevenção”, pondera.
Já para àqueles adolescentes que já se encontram em um contexto de vício, ela sugere que uma opção é “ter clareza quanto as dúvidas colocadas pelo adolescente e tentar ser aliado do mesmo para que o vício não perdure”, afirma a psicóloga que acrescenta: “Ainda afirmo que, diante de tantos adoecimentos psíquicos neste período, com um total descontrole da ansiedade, a psicoterapia funciona também como meio para prevenir o uso da nicotina e/ou outras drogas”, ressalta.
Assessoria de Imprensa
Múltipla Comunicação