Quantos tipos de silêncio existem por esse mundo Terra? São muitos e cruzei com diversos na caminhada da vida.
Lembro-me de um que o tempo adolescente me apresentou. Estava eu em Pombal, era um sábado que amanheceu sob a ebulição dos feirantes montando barracas, vendendo seus produtos, enquanto os camponeses chegavam em seus cavalos e em camionetas. O sábado durante o dia sempre era agitado, muito rebuliço e um frenesi intenso.
Mas a noite chegou e com ela um céu límpido, estrelado e de Lua cheia. Com alguns amigos fui para uma festa e, por volta das duas horas da madrugada, fui para a casa do meu avô. Saí pelas ruas andando sob o silêncio da noite. O agito quedou-se diante do sossego noturno. Portas e janelas fechadas, guardando o sono, sonhos e eu ali, lentamente caminhando ao som do silêncio da madrugada.
A cidade dormia povoando instantes de reflexões, pairava tranquilidade e paz, mas também havia o sopro do medo da sombra da quietude. Foi ali, que comecei a prestar atenção ao silêncio, ao tempo em que percebi que ele mexe com o homem, notadamente quando diante da quietação da noite, onde o desgradável medo pode adoecer a alma.
Já outros, vivenciam a insônia, filha do silêncio da noite, e passam noites e noites a enfrentar dificuldades de abraçar o descanso. Uns assistem filmes, com a inseparável pipoca; outros navegam na internet e tem aqueles que buscam no silêncio reflexões sobre a vida, agendando no pensamento o que fazer no futuro amanhecer. É bem verdade que esse enigmático silêncio conduz termor, mas, é preciso senti-lo como um momento em que podemos conversar com Deus. Assim seja.