O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) interditou eticamente os médicos que atuam na maternidade e no bloco cirúrgico do Hospital Materno Infantil João Marsicano, em Bayeux, a partir da zero hora desta quinta-feira (18). A equipe de fiscalização do CRM-PB vistoriou o hospital na segunda-feira (15), constatou a falta de médicos nas escalas dos plantões, deu prazo de 48 horas para a resolução do problema, mas não foi resolvido. Desta forma, foi emitido o auto de interdição ética.
Nas duas últimas fiscalizações realizadas pelo CRM-PB (agosto de 2023 e novembro de 2023), já havia os desfalques nas escalas médicas, nas especialidades de anestesiologia e obstetrícia. No dia da última fiscalização (15 de janeiro de 2024), não havia médico anestesista escalado. A falta destes profissionais persiste nas terças e sextas durante o dia e no domingo (dia e noite), durante todo o mês de janeiro.
Além disso, o hospital não possui uma unidade de recuperação pós-anestésica; das duas salas de cirurgia disponíveis, apenas uma encontra-se operante, já que a outra não possui os equipamentos necessários; não há serviço de vigilância nem segurança na unidade nos períodos diurno e noturno; e a rede de gases ainda está em fase de estruturação e adequação.
“Infelizmente tivemos que tomar a atitude extrema que é a interdição ética do trabalho médico, mas uma maternidade não pode funcionar sem anestesiologistas e obstetras. É um risco para os pacientes e demais profissionais que trabalham na unidade de saúde. Assim que a escala médica for corrigida, faremos a desinterdição ética da maternidade e bloco cirúrgico”, afirmou o presidente do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza. Ele ainda acrescentou que o relatório do CRM-PB já foi enviado à Secretaria Municipal de Saúde e ao Ministério Público.
Formato Assessoria de Comunicação
Luciana Oliveira/Kaylle Vieira