Com a chegada do Carnaval, a Prefeitura de João Pessoa tem feito diversos alertas à população para que o período seja aproveitado com responsabilidade. Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reforça sobre os riscos de contaminação por Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e reforça a importância da prevenção.
A médica infectologista da Rede Municipal de Saúde, Francisca Kiguti, explica que além de uma gravidez indesejada, as relações sexuais desprotegidas aumentam os riscos de Infecções Sexualmente Transmissíveis como herpes genital, sífilis, gonorréia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C.
“Sempre após o carnaval observamos um aumento de ISTs, principalmente de Sífilis e HIV, além de outras. Por isso, reforçamos que o uso de preservativo em todas as relações sexuais é fundamental e, caso ocorra uma relação desprotegida, procurar atendimento no serviço especializado para realização de profilaxia pós-exposição (PEP), que deverá ser realizada até 72 horas da relação desprotegida”, orienta a infectologista do Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), serviço especializado do município.
Números da Vigilância Epidemiológica municipal indicam que, do início deste ano até o momento, já são 196 casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis em moradores da Capital. Desse total, foram confirmados 57 casos de HIV/AIDS, 104 de sífilis adquirida, 19 de sífilis em gestantes e 10 de sífilis congênita (repassado da mãe para o bebê no parto). Também foram registrados seis casos de Hepatites Virais, dos tipos B e C.
Já o ano de 2023 fechou com 2.394 casos de ISTs, sendo 576 casos de HIV/AIDS e 110 casos de Hepatites Virais (do tipo B e C, A sem registro). Já de sífilis, foram confirmados 1.178 novos casos, além de 390 casos de sífilis em gestantes e 140 de sífilis congênita.
Apesar de existir uma maior contaminação em períodos festivos, como o carnaval, a transmissão de ISTs pode acontecer em qualquer época do ano. A principal forma de contágio é o contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. Mas, de maneira menos comum, as ISTs também podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegras com secreções corporais contaminadas.
“As orientações de prevenção para o carnaval valem para todo o ano, por isso, é fundamental reforçar o uso de preservativos nas relações sexuais, realizar exames de testagem regularmente, para que possamos realizar diagnostico e tratamento de forma precoce, visando assim diminuir cada vez mais a transmissibilidade”, destaca a Dra. Francisca Kiguti.
Assistência – Para o cuidado com as ISTs, a Rede Municipal de Saúde dispõe do serviço especializado no Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), que presta assistência para a prevenção, promoção, diagnóstico e tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Além da realização de testes rápidos para HIV, sífilis, hepatites birais, o SAE/CTA dispõe de sala de vacina e atendimento terapêutico para pacientes que vivem com HIV/AIDS; realiza escuta qualificada com equipe multiprofissional; atendimento médico especializado de Infectologia, Urologia e Proctologia voltados a IST; cauterização química de pequenas lesões, coleta de sangue e administração de medicamentos.
O serviço está localizado na Rua Alberto de Brito, n°411, em prédio dentro do complexo da Policlínica Municipal de Jaguaribe. O atendimento inicial é por demanda espontânea, de segunda a sexta-feira, das 7h Às 16h30. Para outras informações, o usuário pode ligar para número 3213-7592.
“Além do SAE/CTA, a população tem acesso aos testes rápidos também nas Unidades de Saúde da Família (USFs). A Secretaria de Saúde também dispõe de forma contínua, em todos os serviços da sua rede, preservativos masculinos e femininos, uma forma de garantir acesso irrestrito ao meio de proteção mais eficaz contra infecções sexualmente transmissíveis”, destaca a diretora de Atenção à Saúde da SMS, Alline Grisi.
Para os casos em que for necessário realizar a profilaxia pós-exposição, o SUS oferta a assistência no Hospital Clementino Fraga, referência estadual. A PEP deve ser realizada até 72h após a exposição desprotegida com acompanhamento do médico infectologista no ambulatório especializado.
Rebeka Paiva
Foto: Ivomar Gomes e Assessoria