A candidata a prefeita de Itaporanga pela coligação “Pelo bem de Itaporanga”, Naura de Berguim, foi vítima misoginia, na noite dessa terça-feira (20), nas redes sociais, com o senhor identificado como Sebastião Eugênio do Nascimento, promovendo ataques não só a candidata, mas a todas a mulheres.
Os ataques foram feitos em um grupo de whatsapp muito influente na região, com o indivíduo tentando minimizar Naura de Berguim em relação ao seu candidato Divaldo Dantas, com frases, tais como: “onde vai homem não tem pra mulher”; “na política mulher fica em segundo plano”, e “lugar de mulher é em casa de quarentena”. Ele também disse que mulher só sabe ser nervosa, tudo sob a desculpa de ser “sem preconceito”. Veja os ataques abaixo.
O setor jurídico da coligação já se prepara para entrar com ação criminal contra o agressor. “Nos termos da Lei n. 13.642/18, levarei a Notícia de Fato à Polícia Federal, a quem compete a investigação do crime de MISOGINIA nas redes sociais. Espero apuração rígida, com o natural efeito pedagógico que daí virá”, disse o advogado Paulo César, membro da equipe jurídica da coligação “Pelo bem de Itaporanga”.
O fato repercutiu negativamente na cidade e no próprio grupo, com várias manifestações de reprovação a postura de ódio, violência e desrespeito às mulheres por parte do agressor. Após a repercussão negativa dos comentários, os administradores acabaram com grupo.
“É estarrecedor, abominável e inadmissível esse tipo de atitude. Recebo essas palavras com tristeza, porque trazem à tona uma forma de agressão que fere não apenas as mulheres, mas todas as pessoas de bem. A nossa campanha sempre será pautada em projetos, com respeito à dignidade humana”, afirma Naura de Berguim.
Confira abaixo a nota divulgada pelo jurídico da Coligação:
UM CRIME CHAMADO “MISOGINIA”
Ficamos todos estarrecidos com palavras de cunho machista, dirigidas de forma ignóbil, como se fossem normais, num clima de debate político no GIRO DE NOTÍCIAS, grupo de WhatsApp dos mais populares de Itaporanga.
O estarrecimento não foi somente pela insanidade das palavras dirigidas: “onde vai homem não tem pra mulher”; “na política mulher fica em segundo plano”, e “lugar de mulher é em casa de quarentena”, tudo sob a desculpa de ser “sem preconceito”.
O que a mim estarreceu foi que poucos levantaram a voz contra essa atitude vil, covarde e preconceituosa. O que a mim estarreceu foi a inércia dos administradores em não excluir do grupo aquele modelo de troglodita. O que a mim estarreceu foi a mudez de muitos, pela simples conveniência eleitoreira.
Que ridículo!
Não posso ficar calado!
Como filho, irmão, marido, pai e profissional do direito, tenho por obrigação que levantar minha voz contra esse tipo de manifestação, vinculada à asneira típica do pensamento machista, que julga ser melhor simplesmente porque tem testículos.
Nos termos da Lei n. 13.642/18, levarei a Notícia de Fato à Polícia Federal, a quem compete a investigação do crime de MISOGINIA nas redes sociais. Espero apuração rígida, com o natural efeito pedagógico que daí virá.
Não o farei somente por NAURA, primeira e imediata vítima das palavras preconceituosas publicamente lançadas, mas também por minhas amigas, por minhas cunhadas, por minhas primas, por minhas sobrinhas, por minhas irmãs, por minhas tias, por minhas filhas, por minha esposa e por minha mãe. Farei também por mim, senão ficarei humilhado na minha honra de filho, de marido e de pai, porque serei menos homem, se ficar inerte diante desse absurdo.
Itaporanga, 21 de outubro de 2020.
PAULO CÉSAR CONSERVA
Advogado