Chega às bancas, neste sábado (6), a revista ‘Lembrar para não esquecer – 60 anos do golpe de 1964’ que aborda o golpe deflagrado em 1º de abril de 1964. A publicação rememora os acontecimentos que marcaram os 21 anos de ditadura no país, enfatizando episódios ocorridos na Paraíba e destacando os indivíduos que participaram desse contexto, sobretudo nas lutas contra as opressões.
A revista é organizada por Lúcia Guerra, professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB); por Waldir Porfírio, integrante da Comissão da Verdade da Paraíba, e Alexandre Macedo, da Editora A União, da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), parceira da publicação.
Nas 88 páginas, ‘Lembrar para não esquecer’ trata, entre outros temas, da perseguição às Ligas Camponesas; da Prisão de Fernando de Noronha; dos mortos e desaparecidos políticos paraibanos; da Granja do Terror e da rede de informações a serviço da repressão; da censura à imprensa na Paraíba; da anistia na Paraíba, além dos esquadrões da morte e sua atuação no estado. Os 16 textos assinados por jornalistas, professores universitários e pessoas anistiadas fazem uma análise do contexto social e político e destacam o trabalho da Comissão da Verdade e a luta pela redemocratização.
Entre os entrevistados estão Ana Rita de Castro, companheira de Simão Almeida, ambos militantes da Ação Popular (AP), que viveu com a filha na clandestinidade; a professora Maura Ramos, torturada na Granja do Terror, em Campina Grande; Iêda Lima, paraibana que viveu na clandestinidade no Chile e depois do golpe do país morou na Alemanha até a anistia em 1979; Agassiz Almeida, deputado estadual suplente cassado em decorrência do golpe e preso em Fernando de Noronha.
No texto de apresentação, a diretora presidente da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Naná Garcez, destaca que “contar o que ocorreu nessa longa noite da ditadura, que durou 21 anos, visa contribuir para que a sociedade esteja atenta para a importância de preservar a democracia, evitando os lamentáveis episódios do segundo semestre de 2023, quando grupos de pessoas se colocaram em torno dos quartéis pedindo a intervenção militar, depois do Brasil realizar um legítimo processo de eleições livres para presidente, governadores, deputados e senadores”.
A presidente diz ainda que devemos “lembrar para não esquecer que a democracia é resultado de muita luta, na qual alguns chegaram a pagar com a própria vida e é, sim, o melhor regime para uma sociedade que respeita os direitos humanos e oferece um futuro promissor para todos”.
A publicação vai circular encartada na edição deste sábado (6) do Jornal A União, para assinantes, e será vendida avulsamente nas bancas e na Livraria A União ao preço de R$ 18,00.