A 11ª edição da Caravana da Rede Cuidar, realizada pelo Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, em parceira com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), finalizou os 13 dias da ação itinerante com o registro de 6.546 atendimentos. A iniciativa teve seu encerramento no último sábado (13), em Mamanguape. Durante esta edição, 57,84% dos pacientes foram do sexo feminino e 42,16% do sexo masculino. A faixa etária mais atendida foi a de crianças entre 5 e 9 anos, com 1.065 beneficiadas.
Entre os diagnósticos por especialidade estão 707 odontológicos, 595 pediátricos, 257 ortopédicos, 221 ginecológicos e 194 cardiológicos. A caravana também destacou-se pela abordagem multiprofissional, com 5.962 consultas realizadas por médicos e enfermeiros, e 584 procedimentos odontológicos.
Os municípios com maior quantidade de pacientes atendidos foram Sousa, Guarabira e Itabaiana, com 818, 782 e 705 registros, respectivamente. Além dos atendimentos diretos, foram realizadas 882 ações de medicina preventiva e manutenção da saúde, 412 exames de rotina da saúde da criança, e 382 inserções de dispositivos intrauterinos (DIU). Foram diagnosticados 25 casos de gravidez de alto risco e realizadas 107 supervisões de gravidez de alto risco, além de 37 primeiras consultas odontológicas programáticas.
A Caravana da Rede Cuidar, realizada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, efetua anualmente em toda Paraíba a busca ativa e o atendimento in loco de crianças com cardiopatias e problemas osteoarticulares. Na rotina, a Rede Cuidar atua com o serviço de telemedicina oferecido por meio da Salinha do Coração, que conecta as crianças com médicos especialistas sem que elas precisem de grandes deslocamentos. As crianças triadas e avaliadas durante a caravana são incluídas no fluxo de atendimento e direcionadas para procedimentos de maior complexidade, quando necessário.
A assistente social Angélica Sousa de Melo compartilhou sua experiência de oito anos na caravana: “Trabalho no Arlinda Marques e participo da caravana há oito anos. É um trabalho de organização de uma equipe multiprofissional, rodamos por treze municípios e nessa vivência desse dia a dia vemos muitas histórias, histórias de felicidade dos participantes e histórias de luta. Nós saímos com outros pensamentos, com outras visões. Ajudar o próximo, no caso do meu lado social, fazer uma escuta, fazer alguns encaminhamentos para os serviços necessários que o município oferece, que muitos chegam ao nosso serviço sem ter conhecimento. Então, assim, eu faço as orientações, os encaminhamentos, faço uma escuta de histórias bonitas e histórias tristes, mas é gratificante o serviço.”
Entre as muitas histórias de vida transformadas pela caravana, destacou-se o caso de Maria Madalena, de Nova Olinda, e seu filho Bernardo César, de 9 anos. Maria trouxe Bernardo para Itaporanga, um dos municípios visitados pela caravana, em busca de diagnósticos e tratamentos especializados. Bernardo, que enfrenta dificuldades para se sentar devido à falta de apoio na coluna, encontrou na Caravana da Rede Cuidar a esperança de um atendimento médico especializado.
Maria Madalena relatou a importância da caravana para a saúde de seu filho: “Eu amei, né? É uma equipe maravilhosa, é um bom atendimento. Eu gostei muito. Bernardo foi atendido por fisioterapeuta, ortopedista e também teve atendimento odontológico. Eles realizaram exames para avaliar a coluna dele, porque ele não está se sentando bem, sabe? Se não fosse a caravana, eu não teria acesso a esses especialistas, porque lá em Nova Olinda não tem muito médico e esses especialistas são bem caros. A caravana está ajudando muito as pessoas.”
A ação mobilizou 100 profissionais, sendo 80 da Caravana e 20 locais, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e odontólogos, com a maioria dos profissionais atuando de forma voluntária. A Rede Cuidar segue com ações permanentes, com atendimentos em telemedicina para toda a rede estadual de saúde, com cuidados especializados para a rede materno infantil.