É fato que a pandemia mexeu com diversos aspectos da vida da sociedade. Entre eles, as relações sexuais. Uma pesquisa intitulada Emoções em Quarentena, feita pela consultoria Wonderboom, analisou o tema durante treze semanas em 2020, ouvindo cerca de 10 mil pessoas de todo Brasil. O resultado mostrou que 72% dos entrevistados declararam ter diminuído o ritmo das relações sexuais ou mesmo estar em abstinência. Apenas 11% afirmaram que a assiduidade na cama aumentou.

Neste sábado (31), Dia do Orgasmo, a psicóloga do Sistema Hapvida em João Pessoa, Michele Frazão, aponta algumas sugestões para melhorar a frequência das relações. Ela afirma que o período de isolamento social, imposto pela disseminação da covid-19, provocou impactos emocionais que afetaram diretamente as relações sexuais. Ela ressalta que mente e corpo precisam caminhar juntos, para que as pessoas alcancem o prazer.

“O risco de contaminação e a ansiedade em relação à possibilidade de internação e óbito já representam um fator de estresse e angústia que pode evoluir para um transtorno mental. Além disso, medidas como o isolamento social impactaram nas reações emocionais frente à pandemia, na qual o distanciamento trouxe muitos problemas psicológicos, afetando diretamente a vida sexual dos indivíduos”, explica.

A pesquisa Emoções em Quarentena mostrou ainda que, em relação à libido quase metade dos confinados com parceiro e sem filhos percebeu uma diminuição do desejo sexual durante o confinamento. Esse comportamento não foi observado apenas no Brasil. Um estudo feito na China e publicado no The Journal of Sexual Medicine concluiu que uma em cada quatro pessoas reduziu o desejo sexual desde que o novo coronavírus apareceu no planeta. Na Itália, uma pesquisa com mulheres casadas mostrou que a pandemia e o consequente distanciamento social influenciaram negativamente a qualidade de sua vida sexual.

Essas consequências não são em vão.  A psicóloga Michele Frazão esclarece que todas as etapas de uma relação sexual estão diretamente ligadas ao emocional dos indivíduos. Portanto, se algo perturba a mente de uma pessoa é possível que haja uma dificuldade para alcançar o prazer e ter orgasmo durante uma relação. Entre as dificuldades fatores psicológicos estão: ansiedade, estresse e depressão. Há ainda os de ordem relacional, que são: a falta de estimulação adequada do/a parceiro/a e deficiente comunicação.

Benefícios – O prazer sexual está diretamente ligado às questões do bem-estar e da saúde do corpo. Michele Frazão assegura que o sexo, o prazer e as satisfações alcançadas em uma relação sexual contribuem em diversos aspectos para uma rotina saudável. “Melhora a saúde cardiovascular, aumenta o desejo, reduz a pressão arterial, diminui a dor, melhora o sono, diminui o risco de câncer de próstata, combate o estresse e a ansiedade”, elenca.

Mas, se ainda há casais passando por conflitos na vida sexual devido ao confinamento, a psicóloga sugere que a saída é reescrever o próprio roteiro de sexo e gerar desejo também. Para contribuir com esse processo, ela sugere algumas ações:

• Encare como uma oportunidade – Embora o indivíduo possa estar ansioso para recuperar a vida sexual pré-pandêmica, a mudança não acontece da noite para o dia. Em vez de ser crítico consigo mesmo, veja isso como uma oportunidade de se conectar com o parceiro, assim como foi feito quando se envolveu pela primeira vez;

• Seja intencional – Muitos pensam no sexo como uma função passiva – ou pior, automática – do corpo. Mas nada poderia estar mais longe da verdade. Em vez disso, muitas pessoas, especialmente aquelas em relacionamentos de longo prazo precisam ser mais intencionais quanto à criação de desejo. Jogue fora aquelas velhas calças de moletom e camisetas surradas. Substitua-as por algo sexy. Agende um encontro sexual semanal. Isso dá para antecipar e se preparar para o encontro e ajuda a gerenciar as expectativas em relação ao sexo. Deixe seus telefones de lado e dediquem um tempo para ficarem focados um no outro;

• Tire um tempo só seu – Você não pode se sentir sexy com outra pessoa, se não se sentir sensual e relaxado sozinho. Reservar um tempo só seu, mesmo que isso signifique 20 minutos de ioga durante o intervalo para o almoço, ou começar o dia com uma meditação de 10 minutos para clarear a cabeça, ou ainda, fazer uma caminhada sozinho, com distanciamento social;

• Converse sobre isso – Se você acha que você e seu parceiro estão em páginas diferentes quando se trata de sexo, você não está sozinho. Compartilhe as coisas boas primeiro, comece contando ao seu parceiro o que você gosta em sua vida sexual. Por exemplo, eu realmente gosto de como costumávamos tomar banho juntos, etc;

• Tente algo novo – A pandemia nos desafiou a fazer as coisas de maneira diferente em muitos aspectos da vida, ou seja, no trabalho na escola e na vida social. Sua vida sexual não é diferente em sua necessidade de novidades – com ou sem uma pandemia.

Assessoria de Imprensa
Múltipla Comunicação

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