“Estado de Poesia”

Tô aqui pensando em como a arte nos conecta e reconecta. Porque ela faz isso comigo. No show ‘Violivoz’, de Chico César e Geraldo Azevedo aconteceu isso, o tempo todo. Cheguei no teatro mais para um “Bicho de sete cabeças” e saí em “Estado de Poesia”.

Não tinha como ser diferente. Dois poetas juntos no palco é poesia duplamente e um público extasiado. Show de Chico, eu já tinha visto vários, mas, nenhum de Geraldo. Nunca dava certo. Agora eu sei porque. Tinha que ser na noite de 21 de janeiro, de 2022, no Teatro Pedra do Reino, logo com os dois, de uma lapada só. Lapada de poesia, simpatia, respeito e admiração mútuos e, também, empatia com o público.

Percebi logo que tudo ia fluir quando o “Dia Branco” abriu os trabalhos. Quantas histórias vivi embalada por essa música? Depois, “É só pensar em você” que, na mesma hora, veio a cena do casamento do meu filho, Caê, quando cantou essa música para Lyria, durante a cerimônia. Foi emocionante!

A seguir, Geraldo fez um ‘questionamento musical’ intrigante: “Você se lembra”. Oh se me lembro! Lembro quando “chegamos num final feliz na tela prateada da ilusão”. Depois, me perguntei “Onde está você?” e “Eu fui chorando por você até os sete mares do sertão” e já que não encontrei, vou me “perder no labirinto de outra história”.

Era Geraldo ‘perguntando’ de um lado e Chico César do outro: “Onde estará o meu amor”?? Não aguentei. Não tenho maturidade pra ouvir todas essas belas canções, presentes em minha vida, e ficar quieta. E cantei com toda a força do meu gogó. Também precisava gritar pro mundo perguntando onde estará o meu amor? Resultado: quando cheguei em casa e fui publicar os vídeos, de trechos do show, só tinha a minha voz. Postei assim mesmo e já tô recebendo convites pra cantar por aí, pelo mundo. Acredite se quiser!

Até essa munganga faz parte do meu momento de reconexão. E, por falar nisso, Chico César também é munganguento e me identifico muito com ele quando começa a contar as presepadas em Catolé do Rocha, sua terra natal. Pertinho da minha, Pombal. Na hora do show, ele disse que ia se arrumar pra não sair todo malamanhado na foto. Isso é munganga pura dando a leveza que o momento pedia.

Só sei que saí de lá pensando assim: é a arte quem nos arrebata para a gente ser quem quer, com uma vida mais leve, mais alegre e cheia de poesia. É ela quem nos resgata para o encantamento. Para um “Estado de Poesia”:

“É belo vês o amor sem anestesia.
Dói de bom, arde de doce, queima, acalma, mata, cria.
Chega tem vez que a pessoa que enamora se pega e chora do que ontem mesmo ria.
Chega tem hora que ri de dentro pra fora.
Não fica nem vai embora.
É o “Estado de Poesia”.

Instagram:
@_romye
@oficialchicocesar
@geraldoazevedooficial

Foto: Raísa Albuquerque

Eu vivo do jornalismo, desde quando me formei, no início dos anos 90. Até que em 2014 passei a desempenhar mais uma função: a de humorista. Há quem diga que sou uma jornalista engraçada e eu digo que o humor sempre esteve presente na minha vida. Desde criança. Afinal, sou filha de pais bem munganguentos. Aprendi com eles a rir de nós mesmos. Isso ajuda nos momentos mais sérios da vida. Há 10 anos, resolvi “empacotar” esse humor orgânico e botar “à venda” em forma de standup, textos, crônicas, podcasts e criação de conteúdo para o insta: @romyeschneider.

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