Projeto Terapet retoma visitas no Metropolitano e realiza atividades da programação do Janeiro Branco

Com o objetivo de humanizar o atendimento e promover o cuidado com a saúde mental de pacientes e funcionários por meio do contato com “cães terapeutas”, o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, gerenciado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), retomou nesta sexta-feira (13) o projeto Terapet, que começou em 2022, mas passou um tempo paralisado por causa da pandemia de Covid-19. O retorno do projeto também é uma das ações da campanha Janeiro Branco, que tem por objetivo chamar a atenção de todos para as necessidades relacionadas à saúde mental.

Um dos pacientes que participou da ação desta sexta-feira foi Alisson Avelino de Lucena, de 31 anos, que é influenciador digital e DJ. Ele fez uma cirurgia neurológica no Metropolitano e está em tratamento com antibiótico para receber alta. “Achei o projeto extremamente importante para quem é paciente e também acompanhante, pois alivia o estresse, ajuda no tratamento e traz um pouco lá de fora para cá, para nos dar força, com o amor puro do animal”, disse.

Bernadete Ambrósio, de 45 anos, também fez uma cirurgia neurológica e pôde conhecer os animais justamente no dia da alta. “Eu tinha medo de cachorro, pois fui mordida duas vezes. Decidi participar do projeto para perder esse medo. Achei superinteressante, nunca imaginei que haveria um projeto com cachorros aqui no hospital. Inicialmente eu ia ver de longe, mas a gente pode ter contato com eles e eu cheguei perto e venci esse medo”, explicou.

A assistente administrativa do hospital, Rosania de Lucena Viana, também pôde trabalhar um trauma por meio do Terapet. “Eu tinha muito trauma com cachorro, mas recentemente minha irmã adotou um e eu fui começando a perder o medo. Ao chegar aqui, conheci o projeto e achei importante. É fundamental para a saúde mental”, contou.

E não são apenas os pacientes e funcionários que têm novas experiências com o projeto. As pessoas voluntárias do Terapet também vivem esse momento de interação dentro de uma unidade hospitalar. É o caso de Rebeca Dutra, de 31 anos, que é dona de Duque, cachorro que pela primeira vez esteve no Metropolitano. “Foi muito bom levar às pessoas o carinho e o amor que ele me traz, poder compartilhá-lo com os pacientes”, relatou.

Conforme a fundadora do Terapet, Karine Quidute, estudos científicos já comprovaram que o contato com esses pets ajuda a liberar os chamados “hormônios do bem”, o simples ato de acariciar e interagir com estes animais aumenta a produção de endorfina (considerada um analgésico natural) e serotonina (que atua no cérebro regulando humor, sono e apetite) e reduzir as taxas de cortisol (relacionado ao estresse). “Não tenho dúvidas de que o contato com o animal tem uma eficácia comprovada e imediata. Traz boas lembranças aos pacientes e ajuda a aliviar o fardo do dia a dia”, explicou.

Segundo a coordenadora da Psicologia do hospital, Vaneide Delmiro, o Terapet é um trabalho de cuidado não invasivo, que permite o toque, a sensação, o olhar e a interação das pessoas com os cães. “Muitos pacientes deixam seus animais em casa e essa visita permite reavivar essa experiência de transmitir afeto, matar um pouco a saudade, e ao mesmo tempo tirar um pouco da rotina hospitalar. Os pacientes ficam tão envolvidos que esquecem um pouco o que estão passando”, disse.

Vaneide também ressaltou a importância do trabalho com os cães para a saúde mental dos pacientes. “Nós podemos cuidar da saúde mental de diversas formas, uma delas é o contato com os animais, por isso que esse retorno do Terapet tem tudo a ver com as ações do Janeiro Branco, que vão continuar ao longo do mês”, completou.

Janeiro Branco – Em 2023, o Movimento Janeiro Branco escolheu o tema “A vida pede equilíbrio” para trabalhar as ações de saúde mental. Além do Terapet, o Hospital Metropolitano também vai realizar, ao longo desse primeiro mês do ano, várias ações de saúde mental, nos postos de trabalho assistenciais, administrativos e de apoio, além da realização do “PSI STOP”.
Terapet – É um projeto social que visa levar cães para dentro de instituições de saúde e entidades filantrópicas. A filosofia é socializar o amor dos animais com as pessoas para que elas também sintam o amor canino. Na Paraíba, o projeto já existe desde 2019 e tem apoio da Secretaria Estadual de Saúde (SES), já foi implantado nos Hospitais de Emergência e Trauma de João Pessoa e Campina Grande, Arlinda Marques, Clementino Fraga, Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, CAPS Gutemberg Botelho, CAPS estadual e na Funad.

Voluntariado – Quem desejar cadastrar o seu pet deve preencher um formulário que está disponível na biografia do instagram do projeto (@terapetoficial) e, tão logo o formulário seja analisado, será marcada uma entrevista para avaliação do animal.

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