Parabólicas, menores e mais potentes, evoluem e modelo convencional é substituído pelo digital

Novo equipamento digital garante melhoria de imagem e som, além de uma lista de canais mais extensa

A programação por streaming é o centro das atenções do momento. Mas a tradicional
antena parabólica ainda é fonte de informação e entretenimento em mais de 15 milhões
de lares brasileiros, de acordo com informações da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNAD-TIC) de 2021. A TV via satélite, que se popularizou no Brasil
na década de 1980, passou por atualizações importantes para a melhoria de imagem e
som, além de maior disponibilização de canais. Atualmente, vive outro marco: a
mudança da transmissão de sinal da Banda C para a Banda Ku, com a oferta de sinal
digital.
As primeiras antenas parabólicas começaram a chegar aos lares americanos em 1975 e,
logo, migraram para outros países, como o Brasil. Elas refletiam o sinal vindo do espaço
(satélite) para o centro da antena, onde fica o captador, também conhecido como LNB.
A partir daí, o sinal é enviado para o aparelho receptor e codificado, sendo traduzido
nos canais e estações de rádio.
As antenas eram enormes e ocupavam quase o quintal todo de uma casa. Muitos mitos
sobre a ferramenta foram surgindo: o perigo de ficar perto, a possibilidade de falar com
pessoas de outros planetas e a preocupação de o equipamento atrair raios. Com o
passar do tempo, todos foram desmistificados e a parabólica virou uma das principais
formas de assistir TV em áreas urbanas e, principalmente, no campo.
O trabalhador rural Moisés de Souza lembra que seu primeiro contato com a parabólica
foi no fim dos anos 80. “Eu era criança, e a antena ocupava um lugar tão grande na roça,
que era uma atração. Todos os vizinhos sabiam que na nossa casa pegava sinal de TV.
No início, quando explicavam que a sinal vinha por satélite, a garotada acreditava que
era possível falar com ovnis. Como não tínhamos o costume de assistir à TV, passávamos
a tarde brincando em volta da antena”, lembra.
Márcio Cauduro, gerente de produtos e negócios de TV da Elsys, lembra que, no início,
o receptor era manual: o telespectador precisava se levantar para mudar o canal ou
aumentar o volume. “Depois, chegou o controle remoto, e as antenas foram reduzindo
de diâmetro. No final de 2010, grandes emissoras iniciaram um projeto de
regionalização, levando os sinais de algumas afiliadas regionais para o satélite. Nesse
período, alguns estados passaram a ter programação local na parabólica, movimento
que vem se intensificando atualmente, com a mudança para a nova parabólica digital”.

Nova parabólica digital
Com o passar dos anos, novas tecnologias foram sendo implementadas à operação,
como a chegada do receptor digital, com melhoria de imagem e mais facilidade na
sintonia de novos canais.
Atualmente, estamos em um momento de transição. “A mudança para a nova
parabólica digital é necessária para que a tecnologia 5G possa ser ativada com todo o
seu potencial”, afirma Leandro Guerra, CEO da Siga Antenado, entidade nãogovernamental
e sem fins lucrativos criada por determinação da Anatel, responsável por
apoiar a população durante a migração do sinal de TV utilizado pelas parabólicas
tradicionais (banda C) para o sinal das parabólicas digitais (banda Ku).
“Como a tecnologia vai operar na mesma frequência da parabólica tradicional (Banda
C), que deixará de funcionar em breve, a população que utiliza esse serviço para receber
sinal de TV aberta deverá substituir seus equipamentos pelos que operam em outra
faixa, a Banda Ku, para evitar interferência e perda de sinal”, explica o CEO.
Yvan Cabral, sócio-fundador da fabricante Vivensis, explica que a Banda Ku tem muitas
vantagens em relação à Banda C. “Para começar, o tamanho da antena é menor, facilitando a instalação e a fixação. Passamos de 1,5 m para opções de 60 cm ou 90 cm, a depender da região. A Banda Ku, com a tecnologia H265, permite o acesso a mais canais. A previsão é que na nova parabólica digital, quando terminar o processo, sejam mais de 100 canais.”

A transição para a Banda Ku atualizou o processo, equiparando-se às tecnologias utilizadas em grande parte dos países do mundo. Francine Curcio, analista de produtos e negócios da Intelbras, ressalta o ganho em qualidade de imagem e som. “Mesmo nas TVs mais antigas, a melhoria é visível em relação à antena analógica.

Quem permanecer com a parabólica tradicional vai perceber muitas interferências no sinal, em formas denchuvisco, até, de fato, não funcionar mais. A tendência é que todas as emissoras migrem
para a Banda Ku em um curto espaço de tempo.”

 

 

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