Pensei que fosse fácil

Pensei que fosse fácil, mas, é difícil que só a bixiga. Não vou desistir, mas, preciso compartilhar pra ver se fica mais simples. Antes de dizer o que é, preciso fazer um histórico da minha vida, nesse quesito. Vou confessar: amo escrever! Desde que me entendo por gente. Na escola, em diário, cartas, anotando enquanto lê um livro; aos 15 anos, eu tinha um caderno com frases, títulos de filmes, novelas e até a lista dos namorados. Oh saudade! Foi o que pensei olhando esse caderno que ainda está comigo, 40 anos depois.

Depois que cheguei na idade adulta, comecei um novo hábito, também envolvendo a escrita. É uma espécie de “cadernoterapia”. São inúmeros cadernos onde escrevo sobre angústias, medos, momentos alegres, insegurança, pergunto e eu mesma respondo ou não. Ainda escrevo aqui para este Portal; no meu trabalho, como assessora de imprensa e faço roteiros dos meus shows de humor.

Tudo na minha vida vira escrita. Ok! Então, tá! Tá decidido: VOU ESCREVER UM LIVRO! Socorro! Como é difícil!

Já tô com as pontas dos dedos doendo de tanto que já escrevi. Mas, tem uma hora que trava tudo. Cada vez que volto pra “dar uma olhada”, mudo tudo. Depois, me arrependo porque mudei. O computador já tá doidinho de tanto Ctrl Z. Se ele falasse, diria:
– Oh mulher, se decida!Para com esse puxincói!

Decidida eu já estou, mas…bate uma insegurança, será que é na primeira pessoa? E a linguagem? Tem páginas demais? Ou de menos? Vou deixar pra escrever só quando tiver bem? Como vou escrever um livro se eu não sou perfeita? E nunca vou ser?

Fui pra terapia com todos esses questionamentos fervilhando no meu juízo e ela me deu logo um “puxão de orelha” e ainda passou uma tarefa de casa. Toma, pra eu deixar de ser besta!

– Você vai concluir seu livro. Se não tá conseguindo sozinha, procure ajuda, mas, você precisa terminar porque é algo muito importante pra você, já que vive falando sobre isso na terapia.

Então tá! Carão dado, carão sendo cumprido.

Logo que saí da sessão, passei um zap pro jornalista e escritor, William Costa e marquei um encontro com a escritora e psicanalista, Ana Paula Cavalcanti. Aos dois, fiz o mesmo apelo, de forma bem sutil que só eu sei: pelascaridade, me ajude! Tô empacada!

William, me animou, dizendo que todo escritor tem dificuldade pra perceber o final do livro. “A etapa mais importante é a da conclusão. Pela experiência, os livros nunca ficam prontos totalmente. Mas, chega uma hora que o autor tem que concluir, senão, toda vez que lê vai fazer mudanças”.

Amei a resposta. Como é bom a gente descobrir que não tá só, né? Quanto a Ana Paula, também me deu a maior força pra concluir o livro e fez outras sugestões. Quando leu a crônica “O Caminho é de Pedra”, que fiz para o livro “Ritos e Versos Para o Fim do Mundo”, disse:

– Eu acho que a resposta para as suas angústias está nesta escrita.

Trecho do texto mencionado acima:

“Provavelmente, este seja um sinal de que sempre há um caminho, mesmo sendo de pedra, com firmeza, mas, com cuidado para não machucar os pés de quem já vive bastante calejado. O mais importante é dar um passo de cada vez, respeitando o que passou e ficando pronta para o que está por vir.”

Então tá! Aguardem o meu primeiro livro!

P.S. Além de William e Ana Paula, agradeço aos jornalistas Naná Garcez, Linaldo Guedes e a Juca Pontes (in memorian).

O humor sempre esteve presente na minha vida. Desde criança. Afinal, sou filha de pais bem munganguentos. Até hoje, pra onde me bulo, vejo uma coisa engraçada. Mesmo nos momentos mais sérios. Há oito anos, resolvi “empacotar” esse humor orgânico e botar “à venda”, em forma de standups, textos, crônicas, podcasts e vídeos postados nas redes sociais. No insta: @_romye e no youtube: Romye Schneider. Divido tudo isso, com o jornalismo, profissão que amo e exerço há 30 anos.

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