Presidente da APA fala sobre o avanço das ações em benefício dos autistas na Paraíba

Hosana Carneiro também fala das dificuldades que ainda enfrentam famílias que moram no interior e têm crianças com TEA

A população de pessoas com autismo no Brasil cresceu no ano passado em 2,8%, saindo de 1 em 44 pessoas para 1 em 36, diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).Atualmente, cerca de 2 milhões de pessoas têm o transtorno, segundo dados do Controle de Prevenção e Doenças (CDC), principal referência mundial a respeito da prevalência de autismo. 

Na Paraíba, a presidente da Associação Paraibana de Autismo (APA),Hosana Carneiro, desenvolve um trabalho na luta por melhores condições de vida e inclusão social da pessoa com autismo e nesta terça-feira, 2, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, ela faz um balanço sobre os avanços em benefício das pessoas com TEA na Paraíba, em particular em João Pessoa.

“Hoje, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a gente faz um balanço importante sobre os avanços, especialmente aqui na cidade de João Pessoa. Na Paraíba em si, as cidades menores não avançaram tanto, mas, de certa forma, algumas cidades receberam centros de referência da FUNAD, a exemplo da cidade de Souza, e as pessoas pararam de se deslocar daquele lado do Sertão para ter que vir fazer um laudo aqui em João Pessoa. Então, avançamos nesse sentido em algumas cidades. Muitas pessoas inda vêm buscar tratamento aqui na FUNAD e isso ainda é um retrocesso”, lamenta Hosana Carneiro.

A presidente da APA cobra mais centros de atendimento a pessoas com TEA pelo interior do estado. “ É lamentável você ter que sair de uma cidade como Pedras de Fogo, por exemplo, para trazer crianças em ônibus para se tratar em João Pessoa.  A Paraíba precisa criar centros nas cidades do interior. João Pessoa avançou bastante. Aqui a gente tem uma política de inclusão muito forte. Com a atual gestão, a gente sente uma vontade e uma compreensão maior sobre as necessidades dos portadores de TEA”, revelou..

João Pessoa inaugurou o Centro de Doenças Raras, onde atende autistas. “A capital passou a laudar autistas até cinco anos, porque esse laudo era feito apenas pela Funad. Então, com isso aí, a gente diminuiu um pouco o fluxo lá da Funad, dando mais oportunidade aos autistas de receberem seus direitos e tratamento. Então, hoje existe aqui o Centro de Doenças Raras, onde se faz diagnóstico, precoce, centro de tratamento também para autista, ainda não o suficiente, mas a gente sabe que houve um aumento significativo no número de laudos e a gente vai precisar criar mais oportunidade de tratamento”, comemora Hosana.

Ela também lembra o avanço significativo na parte social, através da Funjope.” Ela chamou a responsabilidade para si , coisa que não acontecia em outras gestões. Ninguém pensava em fazer festas voltadas para autistas. E hoje a gente já tem festas pontuais em João Pessoa para pessoas autistas, através do projeto Somos Capazes, que foi realizado pelo secretário Marcos Alves, que convidou a APA para realizar projetos, a exemplo do “Tá Beleza”. Criamos ainda o “Tardezinha Inclusiva”, que foi um projeto que vem tendo uma organização diferenciada para autistas”, pontua Hosana.

Ela comemora a gravação do primeiro  DVD feito com pessoas autistas. “Gravamos agora o primeiro DVD com pessoas autistas, eles cantaram e estão aí com o DVD gravado. Foi através de um projeto da Funjope também.Hoje o autista em João Pessoa ocupa espaços importantes, acolhemos inclusive pessoas de outras cidades da Região Metropolitana, como Santa Rita, Cabedelo e Conde. Então houve uma política diferenciada! O prefeito de João Pessoa, juntamente com o presidente da Funjope, Marcos Alves, está recebendo em Brasília o prêmio Orgulho Autista Brasil. Ele foi votado nacionalmente pelos coordenadores do movimento, através de uma indicação minha, que sou coordenadora aqui do movimento Orgulho Autista da Paraíba”, revelou

Ela comemora, por fim, o fato de hoje não se ter conhecimento de nenhum autista sem vaga nas escolas da rede municipal de ensino. “Todos os autistas têm acompanhamento de um terapeuta. E o mais importante é que eu tenho conhecimento de mães,que até tentaram tirar os filhos da escola, mas a escola foi até a família e não permitiu, mantendo e melhorando a situação da criança na escola. Então, a gente tem relatos assim muito importantes. Eu tenho ido ao Ministério Público, fazer, colaborar com o Ministério Público e assim, aí eu tenho conhecimento dos números da quantidade de crianças nas escolas”, concluiu Hosana Carneiro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui