Foi pelas mãos do meu mano Onaldo Mendes que conheci as redações dos jornais paraibanos. Final da década de 70, início da década de 80, ele era um dos principais produtores culturais de João Pessoa, trazendo para a Capital paraibana shows memoráveis de Zé Ramalho e Amelinha, Elba Ramalho, Fagner, Dominguinhos, entre outras estrelas da Música Popular Brasileira.
Na OM Produções eu assessorava o jornalista Juca Pontes, nosso Juquinha que Deus também o levou para um bom lugar, que fazia os textos de divulgação dos shows.Eu ficava responsável de levar as cortesias nas redações dos jornais para os jornalistas parceiros que publicavam as matérias nos cadernos de cultura.
Foi nesse período que me encantei com a movimentação, discussões e dinamismo das redações dos jornais O Norte, Correio da Paraíba, A União e dos semanários O Momento, Jornal de Agá e Moçada que Agita. E por algum tempo fui aprendendo com Juquinha como se fazia um texto e com os jornalistas de batente como se trata uma notícia.
Pois não é que em pouco tempo eu já estava entrando na Universidade Federal da Paraíba, em 1983, para fazer o curso de Comunicação Social, com especialização em jornalismo, e dois anos após ja´estava trabalhando como repórter do Jornal O Momento, do jornalista Jório Machado, sob as batutas dos competentes jornalistas Lena Guimarães (editora) e Erialdo Pereira (Chefe de redação), todos já morando em outros planos.
Não demorou muito e Onaldo enveredou também pelo jornalismo, mas precisamente na área do turismo. Juntos, Onaldo Mendes e Fernando Duarte na direção, eu na editoria geral e Juca Pontes na criação, fundamos o Jornal de Turismo. Em seguida trabalhamos no Jornal A União, no Jornal O Norte e por fim no portal de notícias Fatospb.
Mas a nossa relação sempre foi muito mais que profissional, afinal nascemos da mesma mãe e do mesmo pai, temos os mesmos irmãos e até o mesmo número de filhos. Uma vez ele me falou, quando eu estava aparecendo nas telinhas da TV Cabo Branco, afilada da Rede Globo na Paraíba: “antigamente você era o irmão de Onaldo, hoje eu sou o irmão de Joanildo”.
Muitas histórias para contar nessas décadas de mais encontros que desencontros em nossas vidas. Agora elas se transformam em lembranças, belas lembranças, por sinal. Nesta sexta-feira, 5 de julho de 2024, ele deu o último suspiro e deixou órfãos o jornalismo turístico, os amigos do Feijão Amigo que ele tão bem consduziu nas últimas décadas e, principalmente, a família e aqueles que conviveram mais perto dele.
Um sorriso largo, um bigode cheio, uma cabeleira vistosa e um coração maior do que cabia no peito. Muitas histórias tenho para contar, mas vou ficando pr aqui com o trecho de uma das músicas que ele mais gostava, Chão de Giz; “…no mais estou indo embora, baby”. E se foi, deixando marcas sobre o chão de giz.
(Arte do artista plástico e amigo meu e de Onaldo, Marcos Pinto de Morais)
Belo texto, querido Joanildo Mendes! Onaldo agora foi brilhar na Redação do Céu. Nos últimos anos, temos nos despedido de grandes jornalistas.