Curso de Conciliação Extrajudicial para indígenas Potiguara começa segunda em Rio Tinto

Tem início na manhã desta segunda-feira (15) o ‘Curso de Conciliação Extrajudicial para Povo Indígena Potiguara’. A capacitação é promovida pelo Tribunal de Justiça da Paraíba, por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc Indígena) da Comarca de Rio Tinto em parceria com Escola Superior de Magistratura (Esma).

A estimativa é que mais de 80 indígenas sejam capacitados para que possam atuar como agentes do diálogo e da conciliação extrajudicial em suas próprias comunidades. O curso será realizado no período de 15 a 19 de julho, no auditório do Tribunal do Júri da Comarca.

Desembargador José Ricardo PortoO coordenador do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do TJPB, desembargador José Ricardo Porto, destacou que a iniciativa do Poder Judiciário em capacitar os povos originários potiguaras é um passo fundamental para a promoção efetiva da justiça e igualdade para essas comunidades.

“O Curso demonstra o compromisso do Tribunal com a inclusão social e o respeito à cultura indígena. Essa capacitação pioneira é um marco importante para essas comunidades da região da Comarca de Rio Tinto, abrindo portas para um futuro com maior acesso à justiça. O TJPB demonstra seu compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos”, ressaltou o desembargador José Ricardo Porto.

O juiz coordenador do Cejusc Indígena e diretor do Fórum da Comarca de Rio Tinto, Judson Kildere, participará da abertura do Curso e do acolhimento aos cursistas para o início das aulas. Na ocasião, o magistrado explicará a função da unidade judiciária e a importância da participação de indígenas capacitados como conciliadores extrajudiciais.

“A finalidade é viabilizar condições socioeducativas e técnico-profissionais sobre técnicas negociais aos indígenas potiguaras, das três cidades: Rio Tinto, Marcação e Baía da Traição”, comentou o magistrado.

Ele enfatizou, ainda, estar na expectativa para a realização do curso, pois, segundo realçou, é necessário garantir o acesso à justiça e a cidadania para os povos indígenas.

O gerente Acadêmico e de Formação e Aperfeiçoamento de Servidores da Esma, professor Flávio Romero Guimarães, evidenciou a importância da Escola atuar como parceira de uma iniciativa relevante para o seio da comunidade, pelo fato de  que a ação pedagógica é apenas o primeiro passo para uma transformação efetiva nos métodos conciliatórios.

“A capacitação será coordenada pela professora e mediadora, Selma Freitas, que viabilizará o suporte acadêmico necessário para a efetividade da iniciativa. Sem sombra de dúvidas, faz muito mais sentido participar de um trabalho de mediação como mediador, alguém que tem uma identidade com a cultura própria dos indígenas, tem o mesmo lugar de fala. É uma ação extremamente importante, relevante do ponto de vista social. Estamos felizes em contribuir com esse Curso”, reforçou o professor Flávio Romero.

A formação terá a carga horária de 40 horas, sendo 20 horas-aula com conteúdo teórico e casos simulados e 20 horas de estágio supervisionado com casos reais em audiências no Cejusc Indígena. A metodologia adotada será a exposição dialogada, privilegiando metodologias ativas e a interação e integração entre os cursistas, de modo a assegurar as suas experiências com resolução de conflitos em suas comunidades indígenas.

Por Jessica Farias (estagiária)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui