A coordenadora pedagógica da instituição de ensino, Daiane Lins da Silva Firino, fez a abertura da palestra, que foi transmita pela plataforma Zoom e através do canal da Esma no YouTube. O vídeo ficará disponível aos 164 inscritos e às pessoas que não puderam acompanhar em tempo real através do link https://www.youtube.com/watch?
“É muito importante essa temática de hoje que trata da mobilização social por regulação e políticas públicas que facilitem e ampliem o acesso”, disse Daiane Firino, na abertura do evento, destacando ainda que, o ciclo tem como objetivo reunir magistrados e servidores do Poder Judiciário estadual, colaboradores, estagiários e o público em geral, para tratar do uso terapêutico da substância.
O evento foi mediado por Sheila Dantas, que é servidora do Tribunal de Justiça da Paraíba e fundadora da Liga Canábica. Na ocasião, ela falou da luta de pessoas no cultivo doméstico e no acesso à planta cannabis para uso terapêutico, das ações e apoio da Liga e de substâncias disponibilizadas pela indústria farmacêutica no tratamento de diversas doenças.
A mestra em História pela Universidade Federal da Bahia, Luísa Saad, iniciou destacando ser esse o momento fundamental para tratar do uso terapêutico da cannabis e que a temática se multiplique entre escolas da Magistratura do país. “Esse é um tema central, atual e urgente, pra gente se debruçar”, salientou Luísa Saad.
Ao longo da explanação, a palestrante fez um histórico desde a chegada da maconha no país, passando pela proibição no pós-abolição e do primeiro texto escrito a respeito da substância, de autoria de Rodrigues Dória, do cultivo, além da maconha nos cultos afro-brasileiros e de pesquisa própria tratando da criminalização de outras drogas no Brasil. “A maconha foi proibida em território nacional em 1932, mas em 1830 já havia um decreto no Rio de Janeiro proibindo a venda de gêneros e remédios pelos boticários da época”, disse.
Em seguida, o psicólogo e também um dos fundadores da Liga Canabica, Júlio Américo, falou da sua experiência pessoal como pai de uma criança usuária da cannabis, das primeiras notícias nos Estados Unidos informando da utilização do óleo da substância no tratamento de questões de saúde, de ações promovidas perante os legislativos municipal, estadual e federal e o Poder Judiciário, além da implantação da Liga Canabica e do cultivo da planta para extração do óleo. “É muito significativo essa luta e a Paraíba tornou-se referência”, comentou Júlio Américo, acrescentando que, a cannabis é mais segura no tratamento terapêutico do que outros remédios.
Durante o ciclo de webinários, os inscritos podem interagir por meio de chat, bem como encaminhar perguntas aos palestrantes. A última temática ocorrerá no dia 25 (sexta-feira), com o tema ‘Canabinoides: mitos e verdades’. O tema será abordado pelo médico Sidarta Ribeiro, e os interessados podem realizar suas inscrições pelo link https://forms.gle/
Por Marcus Vinícius
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