Entre “Independência ou Morte”, o brasileiro de hoje vivencia o drama das duas
hipóteses. A primeira, tem como resposta, a luta dos antepassados, na busca de um Sete de Setembro. E não foi sem sangue, como preconiza a maioria dos historiadores. Ele veio sob forma de grito, para atendimento, inclusive, aos futuros anseios, sem qualquer segurança plenitude dos ideais. E já se vão quase dois séculos do histórico episódio, sem que as instituições de cultura, nesse âmbito, até o momento, venham organizando uma pauta comemorativa do bicentenário.
Agora, passemos à segunda alternativa. Concentrando-nos nas eleições como
referência. Como são praticadas, constituem a principal causa da morte da nossa
pretendida Independência. Empunhando essa bandeira, há, sim, harmonia entre os três
Poderes da República. Trocando em miúdos, longe de aperfeiçoá-la corroem a
democracia que construímos em 1988. De organização fragilizada, montada num falso
aparato jurídico, que por princípio tolhe ou embaraça postulações populares: sobrevivese da vitrine de urnas eletrônicas, como apanágio tecnológico, permitindo depósitos de milhões de votos, moldados na mentira.
Vê-se, por isso, que Independência não passa de quimera. Pouco importa o sangue
derramado pelos patrícios e heróis de ontem, os quais nos legaram a possibilidade de
mantermos um País livre, autodeterminado. A realidade é que homens e mulheres
administram, de uma forma incompatível com sua história, as coisas sérias da
nacionalidade. É em razão desse comportamento situações internas, como desempregos
em massa, exagerado índice de mortandade da pandemia, que nos atormenta, tragédias
recorrentes, não têm sido enfrentados, com responsabilidade devida, por meio de políticas públicas. Nossa Amazônia pode sofrer – e pouco durará – a essa catástrofe, a exemplo do petróleo e soberania da plataforma de Alcântara.
O que vemos fazendo com a nossa Independência? As crianças, voluntariosas, a
encaram, apenas com o desfile cívico, algumas noções de cidadania na escola, e um
aprendizado suicida da sociedade, cada vez menos humana. Ângela Liberatti, professora
e cientista de Araçatuba, comentou: “A condição de Independência do Brasil ainda é
problemática, já que a estrutura foi organizada de forma autoritária”, enfraquecida,
segundo ela, pelo sistema colonial imposto, anteriormente, pelas Cortes de Portugal.
Portanto, quando falamos, acima, em morte, queremos lembrar que a conquista de um
Brasil liberto das amarras portuguesas segue em frente em relação aos grupos
imperialistas do mundo, não deixando que ela sucumba, em função do voto e de um
processo eleitoral erradamente conduzido.
Jornalista
[email protected]