Vivemos num tempo de relações superficiais, onde o ter sucumbe o ser. Os pais voltam-se para uma criação de filhos onde a meta é encaminhá-los para um futuro promissor no âmbito financeiro. Com isso, quase sempre exercem pressão para que a escolha da profissão recaia em um curso que garanta a sonhada conquista da estabilidade material, e, assim, muitas vezes o critério da vocação fica relegado.
Mas será que o ter é tudo? Essa conduta termina fazendo com que os pais esqueçam de indagar aos seus filhos, por exemplo: O que eles pensam da vida? Qual a profissão que desejam exercer? Quais os seus sonhos?
Hoje dificilmente existir na família uma orientação voltada para a espiritualidade. No limite do estresse os pais saem cedo de casa e voltam à noite, cansados e irritados. Não há tempo para o diálogo. Aliás com os olhos vidrados na TV se atualizam em relação a violência veiculada nos noticiários e com as discórdias familiares, traições, crimes e comportamentos desviados reinantes nas telenovelas.
O frenético caminhar está levando o homem a passar pela vida. A busca pelo ter afasta o homem de cultivar o amor e a fé em Deus. A felicidade está no nosso âmago e no exercício do amor.
A superficialidade das relações humanas mostra-se como uma das maiores chagas do Século XXI. Isolado, o homem desconfia de tudo e de todos. Esquece o contato com seus irmãos e as orientações divinas. Erroneamente, persegue a luxúria, como se o dinheiro, por si só, comprasse amizade, sossego e lealdade. Apesar de todos os desencontros que cotidianamente abalam esse planeta, devemos sempre olhar pela janela das estrelas. Ainda temos a capacidade interior de suplantar qualquer dificuldade e até de começar um novo mundo. Onaldo Queiroga
[email protected]