Mulheres seguem tradição familiar na Lavanderia Comunitária da Prefeitura de João Pessoa

Lavadeira de roupa. Um ofício que atravessa gerações e é imortalizado em canções que retratam a rotina de mulheres que trabalham durante muitas horas do dia para garantir o sustento da família. Na Capital, a Prefeitura de João Pessoa implementa como proposta de políticas públicas a inclusão social e a geração de renda dessa categoria nas Lavanderias Comunitárias e, ainda, a elevação da autoestima dessas mulheres e suas famílias, em geral em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Atualmente, a Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), mantém uma lavanderia comunitária ativa, localizada na Comunidade Padre Hildon Bandeira, no bairro da Torre. Mais quatro lavanderias estão sendo reformadas para reativação: Lavanderia Iaiá Paiva, em Mandacaru; Beira Molhada, no Alto do Céu; Vem Vem, no Alto do Céu e Lavanderia Pública Municipal, no Jardim Veneza.

Esses espaços são destinados a atender mulheres de baixa renda, autônomas, que prestam serviços a seus clientes sem intermediação pública ou privada. A lavanderia comunitária dispõe de espaço físico adequado e equipamentos modernos para a execução do serviço de maneira mais rápida e eficaz. A Sedes disponibiliza o espaço, água, equipamentos, energia elétrica, material de higiene, limpeza do espaço, insumos para lavagem das roupas e equipe de apoio na vigilância e no âmbito organizacional com a realização de cursos de capacitação de acordo com as necessidades e/ou solicitações das lavadeiras.

A Lavanderia Comunitária Padre Hildon Bandeira, da Torre, dispõe de vários maquinários industriais como máquinas de lavar, secadora, ferro a vapor, além de sete tanques para lavagem manual, espaço para engomar, organizar e varais na área externa. O local funciona diariamente, das 7h às 17h, mas, quando necessário, abre também nos finais de semana.

“Essa política de governo tem feito a diferença na vida dessas mulheres que dependem desse trabalho para o sustento da família. Buscamos disponibilizar espaços adequados, destinados a utilização coletiva, equipados com máquinas industriais que garantem a qualidade no trabalho, otimizam o tempo e reduzem o consumo de recursos hídricos e de energia elétrica, sem contar os ganhos à saúde dessas mulheres, já que as máquinas poupam horas de trabalho manuais exaustivos nos tanques”, ressaltou Dorgival Vilar, secretário de Desenvolvimento Social de João Pessoa.

Para apoiar e incentivar essas profissionais, a Secretaria também programa a realização de cursos profissionalizantes que abordam temas voltados para a melhoria da rotina de trabalho da categoria. “Um dos nossos objetivos é a inclusão produtiva e a capacitação dessas mulheres para o mercado de trabalho com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços oferecidos e consequentemente a renda dessas profissionais”, reforça o secretário.

De acordo com Ivoneide de Araújo, diretora de Economia Solidária e Segurança Alimentar e Nutricional (Dessan), está prevista a realização de vários cursos profissionalizantes para este semestre. A produção de sabão em pó, amaciante e postura corporal são alguns dos temas que serão abordados. “Os cursos são pensados e voltados para as mulheres cadastradas na lavanderia, mas também reservamos vagas para garantir a participação de pessoas da comunidade”, observou.

Tradição – Seguindo uma tradição familiar, Edna Gomes optou pelo trabalho de lavadeira e desempenha esse ofício há 35 anos, seguindo os passos da mãe. Trabalha ouvindo músicas gospel e com conversas intermináveis com a colega de trabalho Angélica Gomes. Segundo ela, por mês conta com duas lavagens de roupa de clientes fixos e complementa a renda com outros trabalhos. “Todos os dias, de segunda a sexta, estamos aqui, a partir das 7h30 até as 5h da tarde. Lavamos de tudo, roupas, tapetes, redes, edredons e toalhas de empresas de eventos, além de também passar as roupas. Praticamente moramos aqui”, afirma sorrindo.

Angélica Gomes concorda e brinca que a lavanderia é uma extensão de sua própria casa. “Trabalho como lavadeira há 18 anos. Daqui vejo a minha casa. Vou lá dar comida para meu filho pequeno de 12 anos, levo na escola e volto para o trabalho”. O trabalho ajudou na renda da família para a criação dos três filhos, dos quais, dois já estão casados. “Gosto muito do que faço porque tenho meu dinheiro, administro o meu horário e é perto da minha casa, o que facilita muito o meu dia a dia”, complementa.

Nem todas as mulheres usam a lavanderia comunitária para garantir o sustento, algumas lavam apenas a roupa da família. Para atender a essa parcela da comunidade, a lavanderia adota uma escala de trabalho. “O espaço da lavanderia ajuda essas famílias que muitas vezes não dispõe de espaço para lavar e secar as roupas em casa”, explica Claudenice Felipe, coordenadora da Lavanderia Comunitária Padre Hildon Bandeira.

Para a chefe de Divisão de Economia Solidária, Regina Bonfá, essas mulheres são exemplos de que as ações da Sedes vem cumprindo a sua proposta de politica pública. “Nós buscamos assegurar as condições adequadas de trabalho à categoria e incentivar a geração de renda, por meio da organização, valorização do trabalho coletivo e do fortalecimento econômico segundo os princípios da Economia Solidária”, ressaltou.

Cadastro – A inclusão das mulheres na lavandeira é feito por meio de cadastro com coleta de dados pessoais e de informações sobre a utilização do serviço. A Lavanderia Comunitária Padre Hildon Bandeira está localizada na Rua Beatriz Maria do Espírito Santo, s/n, na comunidade Padre Hildon Bandeira, na Torre, e funciona das 7h às 17h.

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