E eu lavando a geladeira…

Dizem que “a vida é feita de escolhas”. Só quero que alguém me responda se, por acaso, fui eu que escolhi lavar a geladeira – a coisa mais chata da casa – em pleno domingo?

Tirando o fato de que ela tava imunda, será que não fiz essa “escolha” pra esquecer que, novamente, o meu filho viajou, deixando o meu coração apertado e, dessa vez, mais ainda por ter levado o meu neto, Elias, que nasceu em Portugal, veio pra PB com três meses e, agora, foi embora com seis pra Irlanda.

– Vai mesmo na hora que tá ficando tão sabidinho – dizemos todos, na despedida

Essa foi uma escolha de Caê e da esposa, Lyria. Preciso respeitar, embora a “síndrome do ninho vazio”, dessa vez, em dobro, esteja aqui gritando igual a hérnia de disco enquanto teimo em concluir a minha “escolha” dominical entupida de gelo.

Ainda falando em escolhas, a minha família, que mora no sertão, passou o domingo tomando banho enquanto aguardava o açude sangrar. Parece que esta seria uma ótima escolha pra mim hoje. Não sei se pela alegria sertaneja – ver um açude sangrando é algo inesquecível e feliz – ou se por lembrar de uma infância onde eu era somente cuidada.

Agora que cresci, tenho que ver os filhos voarem porque ‘filhos nasceram pra voar”. Neste instante, escolho discordar dessa frase. A gente quer todos por perto, nem que seja um longe/perto. Quando mainha se mudou pra João Pessoa, cogitou a possibilidade de transformar a casa dela num prédio onde morariam os cinco filhos.

Esta escolha não vingou e, acabou que, cada um mora nas suas casas. Uns pertíssimos; outros, nem tanto e alguns, perto/longe, mas, nenhum tão distante onde só um avião leva a pessoa até lá. Coisa que gosto menos do que lavar geladeira.

Caê “escolheu” conhecer o mundo, novas culturas e diversas possibilidades e, todo dia, eu também faço várias escolhas diferentes, muitas alcançáveis e desejáveis, como agora, por exemplo, quando tô concluindo este texto e outras indesejáveis, como voltar a lavar a geladeira.

O humor sempre esteve presente na minha vida. Desde criança. Afinal, sou filha de pais bem munganguentos. Até hoje, pra onde me bulo, vejo uma coisa engraçada. Mesmo nos momentos mais sérios. Há oito anos, resolvi “empacotar” esse humor orgânico e botar “à venda”, em forma de standups, textos, crônicas, podcasts e vídeos postados nas redes sociais. No insta: @_romye e no youtube: Romye Schneider. Divido tudo isso, com o jornalismo, profissão que amo e exerço há 30 anos.

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